sexta-feira, 7 de março de 2008

Diz o Insensato em seu Coração: Não há Deus.

Perante a formidável perspectiva da existência de Deus, o homem que resolve prescindir dEle, no seu quotidiano, sem ter a certeza que de facto Ele não existe, é o mais louco de todos os seres humanos...É um insensato.

Se a minha mão está queimada, não fico com a liberdade de viver como senão estivesse. Se Deus existe, então já não somos livres, em viver como se ELE não existisse.

A existência de Deus não está dependente da sua utilidade dessa existência para mim, assim como a existência do ar não está dependente da sua utilidade para os meus pulmões.

Se um escravo, resolvesse ignorar o seu Rei, por despeito para com o mesmo, alegando que este não existia, porque lhe dava jeito, ou que este não era digno de Honra e Glória, visto ele não lhe reconhecer dignidade e realeza para tal, que castigo mereceria? Que faria o Rei a semelhante insolente? Quanto maior a dignidade do ofendido, maior a gravidade do crime. Sendo Deus, o Rei Supremo de tudo e de todos, e possuindo uma dignidade e uma realeza infinitas, viver como se Ele não existisse, é o maior dos crimes, pois a indiferença, a antipatia e o desprezo para com Deus,nascem de uma raiz comum: o ódio.

O Ateu, teórico ou prático - aquele crente, que vive como um ateu - é um ladrão. Rouba a Deus a honra e a glória que lhe são devidas e entroniza-se a si mesmo como deus, criando ele mesmo as suas leis e a sua moral pelas quais definirá a sua conduta...Assim acontece com os ladrões nas sociedades humanas; desprezam as leis e criam para si mesmos novas leis, de acordo com os seus apetites e suas necessidades...Esquecem-se contudo que, todas as escolhas têm consequências; e se somos livres nas escolhas , já não o somos nas consequências dessas mesmas escolhas. Quantos acabaram na prisão e a outros, a morte surpreendeu em pleno roubo...

Sempre que o homem se entroniza a si mesmo como deus e coloca em si, o fim último das suas acções, entrou num processo de «auto-divinização». Ora, é uma verdade elementar, que dois corpos materiais não podem ocupar o mesmo espaço, ao mesmo tempo; também a finitude exaltada e o infinito diminuido não podem coexistir, já que, a divinização do homem implica necessariamente a humanização de Deus. Quanto mais o homem se exalta a si mesmo, tanto menos se sente relacionado com Deus...

Assim, o homem que é bom nunca está seguro de ser bom, porque tem como norma o perfeito; o homem que é mau, tem a certeza de ser bom, porque se constitui a si mesmo como norma. Por isso, é mau aos olhos de Deus, pois nega a Deus a reverência e a glória que Lhe são devidas, na medida que que se constitui a si mesmo como norma e despreza as normas legisladas pelo Criador.

«...Diz o insensato em seu coração: Não há Deus. Corromperam-se os homens, sua conduta é abominável, não há um só que faça o bem. O Senhor, do alto do céu, observa os filhos dos homens, para ver se, acaso, existe alguém sensato que busque a Deus. Mas todos eles se extraviaram e se perverteram; não há mais ninguém que faça o bem, nem um, nem mesmo um só...» Sl 13,1-3

Nenhum comentário: