quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Ausência de fé, não é fé. Será?

Estava a surfar na net e vi este artigo no site www.ateismo.net/?p=4306 em que o autor, um tal de Ricado Alves afirmava que a ausencia de Fé não é fé... Passo então a citar o dito artigo:

« Há religiosos que gostam de dizer que os ateus têm fé de que «Deus» não existe, e que portanto têm tanta fé como os crentes. É uma afirmação absurda. Ausência de fé não é ter fé, do mesmo modo que a careca não é um penteado e a saúde não é uma doença. Pode estar-se doente com gripe, arteriosclorose, varicela, diabetes, gonorreia ou cancro, mas estar saudável não é uma doença: é o estado de ausência de doença. Da mesma forma, pode ser-se muçulmano, católico, cientologista, mórmone ou budista, mas ser ateu não é outra forma de ter fé; é ausência de fé. »

Ó santa ignorância...Verdadeiramente só «não acredita em Deus quem lhe convém que Ele não exista»... Como pode demonstrar este infeliz que Deus não existe? Não pode. Ele acredita que Deus não existe. E acreditar não é ter fé? Se este crente fosse ao dicionário, poderia lá ler :

fé , do Lat. fide, s. f., crença, convicção em alguém ou alguma coisa;

Então fé, é uma crença em algo ou alguma coisa...Logo este crente, acredita que Deus não existe. Não o pode provar ou demonstrar, mas ele acredita - piamente diria - que Deus não existe. Logo é um crente, invertido, mas ainda um crente - e dos mais fundamentalistas que tenho conhecido -, quer o queira quer não, pois ele acredita que Deus não existe,... Ele também acredita que o universo se fez a si mesmo, que do nada vieram seres por acção do nada, que os quadros aparecem sem pintores ou que há relógios sem relojoeiros...Verdadeiramente, o ateu é um homem de convicções e crenças... Ele é o mais pio e simplório dos crentes porque as suas crenças são irracionais. Ele acredita em tudo, menos em Deus...

Continua depois este doutor expert em ignorância: - A ausência de fé não é fé...Como? Mas será que esta criatura, não vê que o silogismo é falaz, na medida em que ele não possui ausência de fé, mas uma fé invertida...Ele crê que Deus não existe. É sempre uma crença, mas em oposição à crença verdadeira. Aqui aplica-se aquela expressão popular « Se não vivermos como pensamos, depressa acabaremos a pensar como vivemos».

Para esclarecimento, a Fé, no sentido cristão, sempre foi um assentimento do intelecto à verdade, baseado na autoridade que Deus tem para revelar. A fé não destroi a razão como o telescópio não destroi a visão. A fé é uma outra qualidade de luz. Possuimos os mesmos olhos tanto de dia como de noite e apesar de isso as coisas ocultam-se-nos durante a noite E porquê? Porque nos falta a luz do sol. Dizia Fulton Sheen « Dois homens olhavam através das grades da prisão onde se encontravam; um deles fixava-se na lama e o outro nas estrelas » O mesmo olhar, mas que visões diferentes...

«...supunhamos por um momento que Deus não existia; supunhamos que pertencia, como querem os ateus, ao puro campo da ficção e dos contos de fadas...Nesse caso qual seria a diferença entre D.Quixote combatendo contra os moinhos de vento que ele tomava por inimigos e um D. Quixote ateu combatendo um Deus que ele considera pura fantasia? Qual seria a diferença entre um louco a bater os braços como se fossem asas por julgar que os travesseiros da sua cela fossem nuvens, e um ateu a bater braços de fúria, só porque Deus é uma ficção? Se Deus não existe não há diferença alguma, porque ambos combatem efeitos da imaginação e é isso que enlouquece o homem - a projecção da fantasia. Há um facto que devemos ter presente para o eterno crédito do ateísta. O ateu à sua mesa de trabalho n
ão é o mesmo que um desarranjado mental na sua cela; a sociedade encarcera um e não o outro; fecha um deles à chave mas deixa andar o outro em liberdade - E porquê? Porque o objecto que o ateu combate, é um objecto real; e o objecto que um louco combate é só imaginário. Por outras palavras: aquilo que isenta o ateu do estigma da loucura é o facto de Deus ser real, não como a realidade de um sonho, mas como um inimigo que lhe aparece á porta. Só porque Deus é real, só porque o inimigo é real e não ficticio é que os ateus nunca se devem classificar de maníacos. Por isso é que se pode falar de teísmo do Ateísmo...» Fulton Sheen

O ódio prova a realidade do objecto odiado e sendo Deus o único ser que é infinitamente odiado e infinitamente amado, devemos concluir que, não só Ele existe como é infinito.

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